quarta-feira, 22 de novembro de 2017

O silêncio também é uma resposta






Certa vez, conversava com uma amiga sobre quem visualiza e não responde, no âmbito dos relacionamentos.
Aí ela me disse: "O silêncio também é uma resposta, né?"
Refleti sobre essa frase e percebi que, na verdade, o silêncio é uma grande resposta.

Outra coisa que ela me disse sobre reciprocidade: "Amiga, a gente às vezes esquece que deve ser recíproco com as faltas também."

Então, na mesma época participei de uma live do  Chico Garcia e perguntei a ele:
"Me fale sua teoria sobre mensagem visualizada e não respondida..." 
Depois da risada mais gostosa do mundo, eis o que ele me disse: "Querida, visualizou e não respondeu por duas horas, beleza, acontece. O cara tá lá, no meio de uma reunião, só deu tempo de abrir a janela, olhar [...] Às vezes também, uma mensagem que você não pode responder com qualquer coisa. Pode haver também um esquecimento. Agora, se passar um dia, o cara não respondeu, corre! Não tem desculpa pra isso. Eu sou da tese de que não existem joguinhos. Eu não gosto de clichês, mas aqui vai mais um: 'Quem não quer, arruma uma desculpa, quem quer dá um jeito.'"

Foi bom ouvir a opinião de uma referência como o Chico Garcia e poder, enfim concluir meu "estudo".







Como eu disse anteriormente, o silêncio é uma grande resposta e a falta também é uma forma de ser recíproco.
Lógico que nem todo mundo deixa você sem resposta de propósito. Eu, por exemplo, visualizo e esqueço de responder na hora, mas quando estou tranquila, faço questão de verificar se não deixei as pessoas sem resposta.


O "vácuo" é uma expressão, de antes da internet, criada para as respostas que nunca vêm.

Não consigo,  deixar ninguém no vácuo. O vácuo é corrosivo. Gera ansiedade.
A minha empatia não me permite. A minha educação não me permite.

Quanto ao resto, prefiro sempre a verdade e a transparência. Por mais que doa, a verdade sempre é a melhor solução.
"Olha, eu não estou a fim de conversar mais com você. Me deixe sossegado (a)." 

É grosseiro? Sim. Mas é sincero e eficaz.
Além disso, evita que se estenda algum sentimento e que possa vir uma dor muito maior depois.
Evita o apego, a insistência, e o mais importante: evita a inconveniência.

O não, como eu sempre digo, já levamos no bolso. O máximo que pode acontecer é você ganhar um sim.
E se ganhar um sim, que ele venha com troca de mensagens e reciprocidade. 






terça-feira, 31 de outubro de 2017

Amores líquidos - sobre (não) se envolver e criar laços



 
Recentemente li algo no Facebook sobre amores líquidos e como boa curiosa que sou, resolvi ler umas matérias a respeito, antes de ler o livro de Zygmund Bauman, que pelo que entendi, é o  mais conhecido aqui no Brasil (Amor Líquido - Sobre A Fragilidade Dos Laços Humanos ).
Confesso que fiquei extremamente preocupada com a forma como temos nos tratado por causa da rapidez das tecnologias e a efemeridade do valor das coisas.
Sim, temos nos tratado como coisas.
As redes sociais e os aplicativos de namoro são uma grande vitrine para essa época de total fluidez em que vivemos. 
Creio que meu desapontamento, de um modo geral é pela minha moral, minha autopreservação, porque não acho interessante descartar as pessoas, como descartamos algo que não nos é mais útil.




Muitas pessoas se frustram pois se dedicam, são honestas, carinhosas, e, sem mais nem menos, a outra parte some de sua vida, ou vem com a velha história "você é especial e merece alguém à sua altura", mas não dão oportunidade e nem tem paciência para conhecer.


A internet  facilitou bastante a vida daqueles que não gostam de sair e/ou se esqueceram de como é se relacionar pessoalmente, ou que ainda tem grande dificuldade em dar sequência e sair das redes sociais e sites de relacionamento.
As opções são inúmeras, por isso, as pessoas querem trocar de par toda hora, mudar o investimento.
Essa pessoa não me satisfaz, ou mora longe, ou tem filhos... são inúmeras as desculpas para tratar o outro como "um pedaço de carne," ou uma distração se não tiver nada melhor pra fazer.

Quando não somos correspondidos no imediatismo dos dias atuais, logo desistimos do que não nos atende e buscamos uma outra coisa, ou uma outra pessoa que nos dê o que acreditamos necessitar. Nosso amor-próprio atrelado ao amor do outro por nós, uma vez que associamos nossa felicidade na relação a sermos amados por alguém além de nós mesmos.
Quem nunca?

Infelizmente, por mais que tenhamos autoestima, sempre precisamos de alguém que nos corresponda, e, se não somos correspondidos, porque a maioria das pessoas não quer se entregar e se envolver, dada essa facilidade virtual, uma espécie de lei da oferta e da procura do amor, esses amores líquidos se tornarão mais e mais comuns, e mais e mais pessoas, como eu, ou como você, se sentirão sozinhas e desanimadas dos relacionamentos superficiais.




 

Este texto é da era pré-pandemia, repostado em 11/08/2021

sábado, 13 de maio de 2017

Não há glamour em ser mãe

Esta semana fiz uma enquete no meu Facebook para as mamães conhecidas perguntando o que elas faziam para tirar um tempinho para si.
As respostas foram muito parecidas. 



As mães que não vivem com os pais de seus filhos disseram que tiram seu dia de folga quando estes os pegam pra passar o fim de semana.

As que tem filhos pequenos, de até três anos, perguntaram: "O que é dia de folga?"

Outras disseram que acordam antes do filho para tirar um tempo e fazer suas coisas, como uma leitura, um cuidado para si mesmas, enfim, as necessidades básicas, que nós mulheres, antes de sermos mães, sempre tivemos.

E uma grande parte, como eu, tem o privilégio da ajuda dos avós.

Eu sempre quis ter filhos, mesmo se não me casasse, os filhos sempre estiveram nos meus planos. Algumas mulheres planejavam casamento e eu, uma produção independente, desde a adolescência.

Hoje, venho aqui "desglamourizar" a maternidade com propriedade. 

Desde a barriga já começa o sofrimento: "Será que meu filho vai nascer?" Se nascer "Será que meu bebê  vai ser saudável?" 
"Será que vai ter algum problema genético, ou uma síndrome qualquer, ou, ou, ou...?" "Será que vou sobreviver ao parto?" "Vai ser normal ou cesariana?"

É muita pressão a cabeça de quem se descobre grávida.

Outro ponto importante é acabar com aquela felicidade das mãe de capa de revista com filho recém nascido.

Primeiro: como dá pra ser bonita, sem olheira, ter pele corada, sendo mãe de uma criança com menos de dois anos, se você não for rica?
Porque sim, só as mulheres ricas, cheias de funcionários para ajudá-las têm vida após a maternidade.

Conheço mães que não dormem desde que o filho nasceu, isso há quase dois anos. E não pensem que na gravidez elas dormiram. Nos últimos dois meses pelo menos, fica impossível arrumar uma posição confortável para ter uma boa noite de sono acompanhada do seu lindo barrigão.

Dia desses, vi uma declaração da Taís Araújo na TV contando que o marido Lázaro Ramos se tranca no banheiro por mais de hora, fingindo estar fazendo um número 2, para ter uma folga da rotina doméstica.

Vou lhes confessar: Já fiz isso várias vezes. E quando saí do banheiro cheia de culpa, depois de várias vezes ser chamada "Mamãe, onde você está?" "Mamãe, o que você está fazendo?" e me deparar com um deles ou até os dois do lado de fora me esperando.

Sim, culpa. Mãe é sinônimo de culpa.

Nunca estamos satisfeitas com como estamos nos saindo. Se algo acontece de errado ela, a culpa, está lá de braços cruzados nos encarando. 

Apontando o dedo na nossa cara e fazendo nos sentir umas incompetentes, anormais, ou uma infinidade de outras palavras que se igualam à frustração.
A mãe nunca chorou escondida se sentindo a pior do mundo que atire a primeira pedra.




Hoje, eu jamais aconselharia alguém a ser mãe. Mas se alguém ousar se aventurar por este caminho, digo logo para que tenha dois filhos. Porque é muito amor para um filho só suportar (e muita chatice, egoísmo, falatório também).

Porque ser mãe é isso. É ter que dizer não, com o coração despedaçado, sabendo que está ensinando que a vida é difícil. 

Ser mãe é passar a noite acordada na doença do filho e esquecer tudo de ruim quando ele fica bem. Não importa a idade.

Ser mãe é querer se colocar no lugar dele diante de todas as adversidades, só para que sua cria não sinta dor, e, se isso acontecer, sofre junto. E se a dor for causada por alguém, quer descontar e fazer a pessoa sofrer igual ou pior.

Com tudo isso que eu disse, mesmo com toda essa loucura, nenhuma mulher jamais se arrependeu. Pelo contrário.

Com marido, sem marido, com babá, sem babá, com dinheiro, sem dinheiro, mãe que é mãe nunca se arrepende.

E você que leu e ainda não é, só vai entender na prática, porque ser mãe é um verbo cheio de braços.


P.S.: 
1- Até hoje eu tomo banho com a porta destrancada. Minha filha mais velha vai fazer 16 anos e meu filho mais novo 9. Vai que eles precisam de mim, né?

2- Muitos pais sofrem tudo isso que eu falei, cuidam igual mãe, mas o post  é sobre nós. 



Editado em julho de 2021.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Namore com alguém que...

Não raro, me deparo com algumas fotos no Facebook ou Instagram que têm na legenda uma frase iniciada com o título deste post.

Há tempos venho querendo escrever algo. Mas hoje, especialmente, senti vontade de escrever sobre a frase em questão.

Me chamou atenção uma foto do Ryan Reinolds e sua esposa Blake Lively, então  comecei a pensar em como poderia completar tal frase. 

Fiz um top 10 de como caracterizar uma pessoa "namorável", porém não nos esqueçamos que também devemos ser "essa pessoa".

Vamos lá:

1- Namore com alguém que te veja. 

Sim! Namore com alguém que não simplesmente te olhe, mas que te enxergue. Alguém que você se veja no fundo dos seus olhos, que perceba as qualidades maravilhosas que você tem, que faça questão  de demonstrar isso: "Eu vejo você".

Ser invisível é doloroso.



2- Namore com alguém que te acompanhe.


Alguém que vá aos lugares com você e se sinta feliz com isso, que se preocupe com o que você quer fazer, com o seu lazer, que não vá somente pela obrigação de cumprir um papel, que faça questão da sua companhia. 
Se não for assim, melhor nem ir. Não vai ser legal.

3- Namore com alguém que te faça rir. 

Dispensa qualquer comentário. O riso é o melhor da vida. Riam muito, das coisas mais bobas, das piadas mais velhas e tolas. Só riam.
Algumas pessoas só nos arrancam lágrimas, infelizmente.
 
4- Namore com alguém que te aceite. 

Alguém que aceite quem você é, com seus defeitos, que não zombe se você é menos inteligente, alguém que não queira que você seja uma cópia dele ou dela. 
Alguém que te deixe livre para ser o que você quiser.

5- Namore com alguém que goste de conversar. 

Isso, para uma relação, é fundamental. Alguém que converse com você sobre todos os assuntos, jardinagem, economia, culinária, política, futebol, etc.
Com o passar do tempo, nenhuma relação é só física.
E se você não gostar de conversar com essa pessoa, vai gostar de quê?



6- Namore com alguém que não pule do barco na primeira tempestade. 

Há pessoas que simplesmente abandonam a relação "por não saber lidar" com as nossas fragilidades e nos dão as costas, às vezes, quando mais precisamos de um apoio.

7- Namore com alguém que segure na sua mão quando você sentir medo e diga "Vai ficar tudo bem", mesmo sem saber. 

Na maioria das vezes a gente não sabe mesmo, mas só de sentir o conforto, o carinho de alguém, ou simplesmente saber que ele/ela está ali, já traz um alívio muito grande. 

8- Namore com alguém que trate bem toda e qualquer pessoa, ou bicho, ou planta. 

Também dispensa quaisquer comentários. Mas, se trata mal qualquer ser vivo, por que não vai maltratar você? 
Uma dica: observe como a pessoa trata o garçon, o porteiro, uma criança pequena, um cãozinho... Isso diz muito sobre ela. 


9- Namore com alguém que saiba aproveitar os momentos.

Qualquer momento quando bem vivido vale a pena, desde uma simples hora de almoço, até uma viagem dos sonhos, tem gente que consegue estragar. 
Acredite.

10- Namore com alguém que te faça bem. 

Se não faz bem, não vale a pena. Se não vale a pena, pule fora. Se você não consegue sair desse relacionamento, busque ajuda. O importante é  não gastar sua vida numa relação ruim.

Lembretes finais:

Todo relacionamento no início é lindo. 
As pessoas quando querem conquistar algo são bastante perseverantes e até fofas.
Quando iniciamos uma relação nem sempre é fácil perceber onde estamos entrando, porque muita gente finge. 

Porém, vale lembrar que ninguém sustenta uma mentira pra sempre.
Basta olharmos com a devida atenção. 
Nenhuma máscara é colada com supercola. 
Mais cedo ou mais tarde ela cai.


Enfim, namore com alguém, ou não namore ninguém. 
Só NUNCA, em hipótese nenhuma, se esqueça de que o seu primeiro e maior amor deve ser SEMPRE você mesmo (a).